Boca de Urna
Berram as bocas crédulas:
-”Votem em João Valente,
ele nunca trai, nunca mente,
não é recruta, nem tenente”.
E fazem o chão branco de papéis,
vibram as mãos simples, sem anéis,
viram coiotes, cães fiéis.
Para educar, João Valente!
Para abastar, João Valente!
Para curar, João Valente!
E vão sendo lidas as cédulas,
os derrotados trocam de camisas,
aos outros, num bilhete, Dr. João avisa:
“- Companheiros, no andar número trinta,
daquele prédio sem elevador,
retribuirei a todos o favor,
não haverá mais fome e nem dor!”
Dizia o bilhete a lápis e não a tinta.
Berram as bocas crédulas:
-”Votem em João Valente,
ele nunca trai, nunca mente,
não é recruta, nem tenente”.
E fazem o chão branco de papéis,
vibram as mãos simples, sem anéis,
viram coiotes, cães fiéis.
Para educar, João Valente!
Para abastar, João Valente!
Para curar, João Valente!
E vão sendo lidas as cédulas,
os derrotados trocam de camisas,
aos outros, num bilhete, Dr. João avisa:
“- Companheiros, no andar número trinta,
daquele prédio sem elevador,
retribuirei a todos o favor,
não haverá mais fome e nem dor!”
Dizia o bilhete a lápis e não a tinta.