Louco Banquete de Mulher
Louca vida de ter e ver
Tão longe de mim um banquete
Pouca sorte que eu tenho
De me servir só de versos
Nessa tela fria
Do prato que se esconde
No sorriso que vem de longe
Da boca que bela serve-me
A comida que eu quero sorver...
Louco Banquete de Mulher
Esta criação divina e cibernética
Que faz com que se indigestão houver
Só de indigitadas teclas herméticas
Fazendo flutuar uma imagem
De menina que na tela levita
Faz-se uma bela mulher
Quão uma tarde bela na quinta...
Louco é sofrer assim
Longe do caminho de volta
Sentindo fome em letras sem fim
Atirados ao ar em revolta
Como flechas de fogo carmim
Disparadas pela borda
Do cristal que se ilumina e solta
Toda a luz que vem à cortar
O mais louco dia pra mim
Viver nele sem sonhar
De me banquetear
Do mais lindo prato
De mulher de fino trato
Que me faz perambular
Nas linhas das letras que traço
Vividas e semi-mortas...