Das sombras.
A noite sem fim cala meus segredos
Quando a dor do prazer jamais descansa,
Quando a covardia cabe na esperança
E toda sensatez brota do medo.
A noite sem fim guarda tanta angústia
Na estupidez ridícula do sonho
- na aridez parasita que proponho –
Cada credo fundando causa justa.
A censura contida no lirismo
Que cega, que sufoca e mesmo assim,
Traz a paz do silêncio dos abismos
Refletindo os escuros que há em mim
Nas sombras que assombram o realismo
Quando o tempo se fez noite sem fim.