Na Testa de Um Menino
Na testa de um menino
interrogação a carvão
numa pergunta à espera
de longa reposta sem mimos
sobre seus passos aqui.
Mal e mal compreendida
a pergunta, ofendida,
adormeceu sobre si.
Pendente ficou a vida
nos sapatos de cadarços
tão pequenos, largos passos
pouca vida, tanta lida
No aparato dos sertões
da razão tantos senões
sola gasta, solo e pasto
hipóteses mil à espera
de tudo onde a vida opera
num grão de areia ao vento
solidão do pensamento.
A sós indagou-se à quimera
num desejo tão comprido
correndo em vão ressequido
de alicerce não cumprido
Curta resposta secava
tão só secava, secava de apenas ser
curiosidade trancada.
Secava tão devagar
o segredo de viver
era terra a beber lágrimas
trapézio a voar vazio
um sonho dependurado
marcas de choro no estio
Mesma terra que me sonha
e, na idéia, coleciona
rios qual o Jequitinhonha.
Ficara a vida parada
ou nada, que o nada é nada?
Anjo errante a virar páginas
provava que o descaminho
de uma reposta fechada
une em roda a ciranda
_que não parece, mas anda_
Vascila à beira ninho
o retorno à mesma espera
daquela pergunta amarrada
na garganta do menino
se era ou não, mas seguia,
no enroscado do imbé
no voo do curiango
entre o fandango e o tango
o porque se desfazia
cicio em assovio
em respostas, travessia
ponte do abismo à fé.
( PS: então o menino chorou
vales atravessou
e conheceu a maré
óbvia reposta calada
à imensidão do nada )
Elane Tomich
T. Otoni, 04/2010
Na testa de um menino
interrogação a carvão
numa pergunta à espera
de longa reposta sem mimos
sobre seus passos aqui.
Mal e mal compreendida
a pergunta, ofendida,
adormeceu sobre si.
Pendente ficou a vida
nos sapatos de cadarços
tão pequenos, largos passos
pouca vida, tanta lida
No aparato dos sertões
da razão tantos senões
sola gasta, solo e pasto
hipóteses mil à espera
de tudo onde a vida opera
num grão de areia ao vento
solidão do pensamento.
A sós indagou-se à quimera
num desejo tão comprido
correndo em vão ressequido
de alicerce não cumprido
Curta resposta secava
tão só secava, secava de apenas ser
curiosidade trancada.
Secava tão devagar
o segredo de viver
era terra a beber lágrimas
trapézio a voar vazio
um sonho dependurado
marcas de choro no estio
Mesma terra que me sonha
e, na idéia, coleciona
rios qual o Jequitinhonha.
Ficara a vida parada
ou nada, que o nada é nada?
Anjo errante a virar páginas
provava que o descaminho
de uma reposta fechada
une em roda a ciranda
_que não parece, mas anda_
Vascila à beira ninho
o retorno à mesma espera
daquela pergunta amarrada
na garganta do menino
se era ou não, mas seguia,
no enroscado do imbé
no voo do curiango
entre o fandango e o tango
o porque se desfazia
cicio em assovio
em respostas, travessia
ponte do abismo à fé.
( PS: então o menino chorou
vales atravessou
e conheceu a maré
óbvia reposta calada
à imensidão do nada )
Elane Tomich
T. Otoni, 04/2010