MITO AMAZONAS

MITO AMAZONAS

Sonhei com uma deusa sereia

Uma deusa do rio-oceano

Em meio aos caiapós

Tomava daí sua beleza estonteante

Misto de selvagem/mito, vagueia

Por meus sonhos profanos

Meus recônditos instintos vêm despertar

Sou eu agora o selvagem mito

É meu corpo, meu rosto

Ofereço-me um favo de mel

E um cântaro cheio, à transbordar

Adentro espírito hospitaleiro

Que conduz, decerra o véu

Explorando-o por inteiro

Extasio, o mito tornou-se verdadeiro

Às cegas de tanto ardor

Tateando ao meu redor

Procuro algo, alguém

Para compartilhar este amor

Um cavaleiro errante é seduzido

Dentre os muitos incautos

Cai inocente na sedução

Faço-o um deus entre os mortais

Levo-o para os meus abissais

Encanto-o com meu canto

Seduzo-o com meu olhar

Em sensuais gestos, enceno

Cavaleiro errante, experiente

Cai, se transforma em menino

Entra no jogo de sedução

Entregue ao seu próprio destino

Entrega por inteiro, o coração

E este, jaz em minhas mãos

Grita, perde os sentidos

Que se perdem nos meus gemidos

Tenta sugar minha boca,

Que escorre por entre meu corpo

Estremecendo, em extase...em torpor

Me explora as entranhas,

Ou sou eu quem as explora?

Não importa, fundidos nesta energia

Nesta doce e louca alquimia

Somos um, ou nenhum

Somos todos, ou um mito apenas

Do rio-oceano que encanta

Da selva, o coração,

Do mito sereia, a sedução

Num misto de selvagem/sereia/mulher/amor

Fica do sonho, a cama molhada...

Meu corpo suado...em tremor...

DIANA LIMA, ITANHAÉM/SP, 17/07/2004

Diana Lima
Enviado por Diana Lima em 03/06/2005
Código do texto: T21918