Coronárias às avessas!

Gritava feito um fantasma no pátio

Mal iluminado pelas lâmpadas faltantes

Caricatura de criança, mãe mais que ausente,

Palidez sobre o róseo olhar vidrado

Vaga feito alucinação dias & noites a fio...

Grunhidos do tempo em escassa solidez

Emoção artificial no embriagado relógio

Óculos que esconde a face, máscara que é rosto,

Turba todos os tímpanos, ares vampiros,

Não se cala nem na noite mais funda...

Vazava na escorregadia tarde pela rua

O trançado atropelava os passos em água

Colete postiço entre dentes mal formados

Frágil canela de língua ferina, afiada,

Insegura para todos os martírios da vida...

O tesouro não era grande, mas bastava,

Porém o olhar se diluiu com o tempo

Horas perdidas que esvaziam o viver

Diminuídas todas as possibilidades, crias,

Amanhã choraram o acumulo de erros!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 18/08/2006
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