UMA NOITE BOÊMIA

Neste momento, já deitado na sarjeta,

Como sempre fui e como sempre foi a vida,

Engolindo secamente a décima terceira dose dupla

De um uísque vagabundo,

Escuto uma mistura de jazz com bossa nova,

Cortejando desvairadamente a sanidade!

Já embriagado falando alto com as paredes:

ESTOU BÊBADO, E DAÍ?

MESMO ASSIM,

MAIS SÓBRIO QUE MUITA GENTE QUE SE DIZ SÓBRIA...

A parede cai tesa, mesmo assim ilesa...

E o que desmorona é a minha vida!

Também já era hora,

Chega de sucesso oculto!

E agora, cuspindo na cara da hipocrisia,

Um aplauso para os idiotas,

Que assim o são por culpa de uma ingenuidade

Que não enxerga o espelho!

Infelizmente, a estupidez é mais sincera:

Uma sinceridade que beija voraz

E apaixonadamente,

Os lábios da falsidade!