TRAMA
Um único fio me basta
para tecer o verso da poesia.
Estrofes de lã
se espicham no tempo, tramando o amanhã.
Tece, tece, mesmo sem rima.
Resta-me a métrica
do brilho de prata
da teia tecendo um poema de aranha.
Entretece meu coração
em teares plenos de alegoria.
Esquece o poema.
Um único fio, sob a agulha do tempo,
adormece.