TRAMA

Um único fio me basta

para tecer o verso da poesia.

Estrofes de lã

se espicham no tempo, tramando o amanhã.

Tece, tece, mesmo sem rima.

Resta-me a métrica

do brilho de prata

da teia tecendo um poema de aranha.

Entretece meu coração

em teares plenos de alegoria.

Esquece o poema.

Um único fio, sob a agulha do tempo,

adormece.

José de Castro
Enviado por José de Castro em 10/04/2010
Código do texto: T2189540
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