BUMBA MEU MORRO
BUMBA MEU MORRO
A água não veio lavar a alma,
Muitas vezes lava a roupa,
Mata a sede,
Ajuda a fazer comida,
Serve para banhar-se...
Mas, quando é muita água,
Penetra na terra...
Não tem terra,
Tem lixo,
Tem lixume...
Tem queixume,
Tem fissura...
Tudo se decompõe,
Não dá liga...
A terra desliza,
Desmorona a casa,
Desce a avalanche,
A gente vai dentro dela,
A geladeira, o fogão, a tv,
Desce tudo até a gamela...
O meu Bumba morro
Veio abaixo...
Eu junto com ele,
Procuro-me, não me acho...
Bumba meu morro...
Goiânia, 09 de abril de 2010.