IMPRESSÕES

Os versos doem às vistas

a pena trai, torna-se inóspita

Corações choram

Marias e marias lamentam

arcanjos infernizam-se

juízos perdem-se

a ordem e revelia.

Nem mesmo a fome chora,

o que é sem graca,

cede a rocha à fenda

o segredo se multiplica

o gênero ruiu!

Vida chã.

Absolutamente nada transforma os homens.

Ou será que a lágrima dançarina,

milagreira dos contos de fadas;

desagua menina e esfomeada

pelos muros e arbustos...

transmutando a tristeza;

que líquida se esvai

num susto?

E leve, alimenta de vez os versos,

antes exilados e magros,

Putos!

Levando ao homem, a certeza:

Nada. Nem mesmo o "não",

Tem poder do Absoluto!

(Primeira parte deste poema e o título são de Luiz Eduardo, poeta que escreve e sente bonito, trazendo ao Recanto suavidade e emoção da mais pura qualidade; cuja gentileza do convite para dar continuidade às suas primeiras "impressões" e fazer este dueto, me deixou muito honrada).

Mirea
Enviado por Mirea em 10/04/2010
Reeditado em 10/04/2010
Código do texto: T2189439