IMPRESSÕES
Os versos doem às vistas
a pena trai, torna-se inóspita
Corações choram
Marias e marias lamentam
arcanjos infernizam-se
juízos perdem-se
a ordem e revelia.
Nem mesmo a fome chora,
o que é sem graca,
cede a rocha à fenda
o segredo se multiplica
o gênero ruiu!
Vida chã.
Absolutamente nada transforma os homens.
Ou será que a lágrima dançarina,
milagreira dos contos de fadas;
desagua menina e esfomeada
pelos muros e arbustos...
transmutando a tristeza;
que líquida se esvai
num susto?
E leve, alimenta de vez os versos,
antes exilados e magros,
Putos!
Levando ao homem, a certeza:
Nada. Nem mesmo o "não",
Tem poder do Absoluto!
(Primeira parte deste poema e o título são de Luiz Eduardo, poeta que escreve e sente bonito, trazendo ao Recanto suavidade e emoção da mais pura qualidade; cuja gentileza do convite para dar continuidade às suas primeiras "impressões" e fazer este dueto, me deixou muito honrada).