Féretro

Escarrei no lodo da maldade

E desinfetei as veredas do coração,

Abutres na procura insana por uma refeição

Acompanharam teu féretro numa densa realidade.

Teu corpo exalava o mais vil dos odores

Quando baixaram teu corpo numa cova rasa,

E os abutres com o bater de suas asas

Retiraram o pólen nefasto em terríveis sabores.

Tua carne serviu de manjar aos temíveis corvos

Que soborearam a podridão de inertes corpos

Na natureza incauta do planeta Terra...

Se um dia teu perfume causou paixão,

Na frialdade inorgânica dentro de um caixão

Tua essência carnal dissipou-se na atmosfera!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 10/04/2010
Código do texto: T2189316
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