Féretro
Escarrei no lodo da maldade
E desinfetei as veredas do coração,
Abutres na procura insana por uma refeição
Acompanharam teu féretro numa densa realidade.
Teu corpo exalava o mais vil dos odores
Quando baixaram teu corpo numa cova rasa,
E os abutres com o bater de suas asas
Retiraram o pólen nefasto em terríveis sabores.
Tua carne serviu de manjar aos temíveis corvos
Que soborearam a podridão de inertes corpos
Na natureza incauta do planeta Terra...
Se um dia teu perfume causou paixão,
Na frialdade inorgânica dentro de um caixão
Tua essência carnal dissipou-se na atmosfera!