Á Noite do Poeta
A noite veste
Com seu manto rubro
Ensanguentado ao dia
Destes ouvintes surdos.
Que só fingem
E se auto-flagelam
Neste manto meio aurina
Em que se rebelam.
Eis que a noite
É do poeta que não se cansa
E tuas mãos anseiam
E se acabam em esperança
Que a noite é vida
Calma, como a alma do sertanejo
E se no dia a vida me vê
É à noite, quando a vejo.
E vai vestindo
Estas noites puras e belas
Enquanto eu canto e amo
Todas elas! Todas elas!