HÁ MALES QUE TRAZ O BEM ( * )

Certa vez um transatlântico

Em alto mar navegava

Com uma forte tempestade

O grande navio naufragava.

Naquele terrível naufrágio

A tripulação desesperada

Por ironia da sorte

Tantas vidas terminadas.

Por capricho do destino

Só um homem salvou

Nadando, nadando, nadando

Numa ilha chegou

Naquela ilha deserta

Habitantes não encontrou.

Isolado ali sem nada,

Quanta tristeza sentiu

Apenas para sobreviver

O que ele conseguiu

Na praia, resto do naufrágio,

Madeira, plástico ele viu,

Uma modesta cabana

Com aquilo construiu.

Dias e dias foram passando

Sem saber do seu destino.

O homem se desesperando

De poucos frutos e peixinhos

Foi se alimentando.

Nisso até a esperança

Já havia esgotado

Maldizia da própria fé

Muito tinha blasfemado.

Se Deus fosse meu pai

Não me deixaria assim,

Não encontro salvação

É este meu triste fim.

Quando foi certa manhã

Logo ao amanhecer,

O homem deixou a cabana

Foi até a praia ver

Se encontrava algum peixinho

Que pudesse recolher

Satisfeito conseguiu

Mas nesta hora ele viu

A cabana pegou fogo

Acabava de arder.

Desesperado , abatido

Daquela cena presenciar

Nem mais com o abrigo

Já não podia contar.

Arrasado, desfalecido

Nem podia se levantar

Ali mesmo pegou no sono

Ao ver tudo acabar

Derrepente ouviu gritos

Um voz a ti chamar

Assustado viu um navio

Que acabava de chegar

Aquele homem do navio

Continuava a gritar

Nos vimos seu sinal.

A fumaça,

E viemos te salvar.

( * ) A referida poesia é de autoria de ( Manoel da Silveira Corrêa - conhecido em Vazante-MG como: Manoel da Tunica). Disponível em: http://rogerioscorrea.blogspot.com