Nevasca
Nevasca.
Sonhos corroídos pela emoção.
Planos diluídos pelos ventos
Que assobiam sem direção
E dilaceram amiúdes sentimentos.
Nevasca.
Devaneios entorpecidos por fortes açoites.
Projetos enclausurados nas mentes
Que são dissipados no frio das noites
Por intensos vendavais que surgem de repente.
Nevasca.
Brisa que inibe a alma.
Atmosfera peçonhenta de verniz
Que trancafia o íntimo em jaula
Numa solidão mórbida e infeliz.
Nevasca.
Tempestade gélida consumida pela utopia.
Propósitos encarcerados pela escuridão
Que transfigura enxurradas de fantasias
E nocauteiam as filigranas do coração.
Nevasca.
Comboio de arroubos insistentes em abundância.
Sensações conscientes discernidas
Que provocam inibidas circunstâncias
E são temperadas por toda a vida!