Nevasca

Nevasca.

Sonhos corroídos pela emoção.

Planos diluídos pelos ventos

Que assobiam sem direção

E dilaceram amiúdes sentimentos.

Nevasca.

Devaneios entorpecidos por fortes açoites.

Projetos enclausurados nas mentes

Que são dissipados no frio das noites

Por intensos vendavais que surgem de repente.

Nevasca.

Brisa que inibe a alma.

Atmosfera peçonhenta de verniz

Que trancafia o íntimo em jaula

Numa solidão mórbida e infeliz.

Nevasca.

Tempestade gélida consumida pela utopia.

Propósitos encarcerados pela escuridão

Que transfigura enxurradas de fantasias

E nocauteiam as filigranas do coração.

Nevasca.

Comboio de arroubos insistentes em abundância.

Sensações conscientes discernidas

Que provocam inibidas circunstâncias

E são temperadas por toda a vida!

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 09/04/2010
Código do texto: T2187701
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