UM JARDIM VESTINDO OUTONO
Naquela tarde cinzenta,
folhas caíram, entrelaçaram-se,
o vento soprou mais forte, mudando a coleção do meu jardim.
Jardim que acolhe o nosso abraço,
irradia junto com o mormaço, deixa o pé de algodão embebecido de suor.
Encanta-se com a flor renovada banhada pela brisa matinal
e pela fragrância da tua alma sem espinhos.
Perfume que se espalha dentro do renascer de uma estação chuvosa,
sóbria...
mas simplesmente evapora por toda a sobriedade do outono
e de todo cinza do céu fixando-se na penumbra da noite envolvente
que vagarosamente vai mareando meus olhos
diante da forte ventania,
a natureza despia o meu jardim da antiga estação
e permitia a colheita do olhar da constelação que vislumbrava
e adornava toda aquela coleção do meu jardim,
captando os reflexos de sobriedade do outono,
onde nem o clima nem a forte chuva
nem mesmo todos os roedores das florestas preservadas
mudariam os meus planos
de permanecer em volta do algodoeiro,
entregando-me às rendas da nova coleção do meu gramado,
e sentindo toda maciez do algodão em minha face,
enternecida,
complementando, assim,
o meu observar de um jardim vestindo outono.