poemas antigos
a luz silenciosa
desliza
nas arvores nos pássaros nas sombras
que se alongam e acontece
o primeiro sono
o ultimo cansaço
a noite não nasceu
mas já promete
o repouso das armas
e do arco
onde o espírito se distende
de encontro aos astros
então eu passo e passam
a aspereza das horas
a secura das vozes
quando o sol se deita
a luz finalmente desata
a escuridão de suas frases
lugar de quem viaja
lugar comum
alugar raízes
entre as nuvens e as pedras
pisar nos próprios pés
fibrilar na febre
chorar a chuva
e sorrir o sol
lugar de quem sempre esteve
em lugar nenhum
a folha quase um galho
toca minha face
como as agulhas ela conhece
o ponto da carícia
o meridiano da saudade
e sendo vento e arvore
ela aquece ela queima ela derrete
o metal da fome
o frio que atravessa a pele
a terra que estremece a terra
onde tudo nasce
onde tudo morre
a folha que é minha outra face
posição e sucesso
não se equivalem
primeiro respire até a vida parar
depois grite o orgasmo