poemas antigos

a luz silenciosa

desliza

nas arvores nos pássaros nas sombras

que se alongam e acontece

o primeiro sono

o ultimo cansaço

a noite não nasceu

mas já promete

o repouso das armas

e do arco

onde o espírito se distende

de encontro aos astros

então eu passo e passam

a aspereza das horas

a secura das vozes

quando o sol se deita

a luz finalmente desata

a escuridão de suas frases

lugar de quem viaja

lugar comum

alugar raízes

entre as nuvens e as pedras

pisar nos próprios pés

fibrilar na febre

chorar a chuva

e sorrir o sol

lugar de quem sempre esteve

em lugar nenhum

a folha quase um galho

toca minha face

como as agulhas ela conhece

o ponto da carícia

o meridiano da saudade

e sendo vento e arvore

ela aquece ela queima ela derrete

o metal da fome

o frio que atravessa a pele

a terra que estremece a terra

onde tudo nasce

onde tudo morre

a folha que é minha outra face

posição e sucesso

não se equivalem

primeiro respire até a vida parar

depois grite o orgasmo

Francisco Zebral
Enviado por Francisco Zebral em 09/04/2010
Reeditado em 29/09/2012
Código do texto: T2186979
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