NO CENSURA

Não censures a minha forma

De admirar a beleza do mundo.

É por acaso errado o pássaro

Que cai morto

Durante o desfile das flores na primavera?

Os braços com poder de corte

Que tanto me pesam de um lado

Estão querendo me atrair

Para a paralisação inútil de ser fraco.

Não! Nasci forte, com a força escondida das rochas

Que apesar de brutas e silenciosas

Causam pavor e espanto no rugir dos mares.

Tenho um pouco de tempo

Mas a minha fatia não representa poder ou posse.

Preciso marchar levando a vida a tiracolo

Para que eu possa ser visto e elogiado

Por não estar passando em branco.

Os silêncios que apertam para a eternidade

Vigiam-me e eis que não consigo

Fazer com que me admirem.

A palidez da minha alegria

Não agradece a quase nada.

Mas nãos ou egoísta.

Tenho minhas formas e modelos

E delas olho uma janela sempre aberta.

Através de sua passagem

Observo as coisas da vida.

Mas a minha imagem caminhando

É a que mais me atrai.

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 09/04/2010
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