MODUS VIVENDI
Perdi-lhe o cheiro
e já nem reconheço
sua caligrafia.
Um dia minha irmã
só me conheceu
mode os olhos
inegável nesga, vastidão sem fundo.
O aço dos espelhos perdem o fio
pelos anos
e morrem vidros
onde só espiamos os outros
pelo contato das lentes.
De dia o sol guia
à noite, constelação;
nas brumas alguém tocava acordeon
dois silêncios adiante.
Nem o dia, que morreu tão velho,
teve velório.
Ubres pêcos me guiavam
enquanto coices me erguiam.
Eu arrelio do que faz riso:
perdi os dentes
no oitavo assalto do domingo.
7/4/98
(na foto: Astor Piazzolla)
Perdi-lhe o cheiro
e já nem reconheço
sua caligrafia.
Um dia minha irmã
só me conheceu
mode os olhos
inegável nesga, vastidão sem fundo.
O aço dos espelhos perdem o fio
pelos anos
e morrem vidros
onde só espiamos os outros
pelo contato das lentes.
De dia o sol guia
à noite, constelação;
nas brumas alguém tocava acordeon
dois silêncios adiante.
Nem o dia, que morreu tão velho,
teve velório.
Ubres pêcos me guiavam
enquanto coices me erguiam.
Eu arrelio do que faz riso:
perdi os dentes
no oitavo assalto do domingo.
7/4/98
(na foto: Astor Piazzolla)