Barracos do Morro - a tragédia anunciada

(a tragédia anunciada)

Barracos caindo na beira do morro

é o povo pedindo, clamando socorro

no vulcão da pobreza só resta tristeza

sem nenhum consolo...

A chuva se vai, assim como o choro

e no dia seguinte por cima da lava,

já volta sem choro montar o cortiço

na beira do morro.

O tempo escurece...o pavor acontece,

só faz uma prece, pedindo com fé...

que não leve a casa, nem os filhos seus,

pois é só o que lhe resta, neste mundo de Deus.

Mas de vez em quando

surgem vozes vorazes

mostrando em cartazes

as suas desgraças...

Pedindo que o escolham,

prá representar...

até a eleição, ou enquanto durar

seu podre mandato... [ que só enche o prato,

de quem é da casa...

da prata da casa,

que não é do morro...

que não pede socorro,

por não precisar.]

Anélio "Rodrigo Di Freitas"

Poeta Gaúcho, Cachoeirinha/RS

Autor da Obra "A Ciência Poética" Ed. Alcance,1997