Confissões
Já não sei das horas
sigo o maçante passar dos ponteiros.
Avanço minutos e retrocedo meses.
Já não sei das luas
das fases obscuras e das esquinas nuas.
Pernoito a solidão das estrelas.
Já não sei dos medos
ando sobre trilhos paralelos.
Desafio os trens e os desejos de fumaça.
Já sentei-me a cobiçar marés
e o vai e vem das ondas.
Não sei em qual fiquei a esperar por nada.
Hoje sei das minhas alienações
e dos desejos vivos
dos contrapontos
sem linhas de cerzir a alma.
Re_conheço as fadigas
e dou uma trégua na pressa.
Rotina libertária, às vezes
indigesta.
Hoje re_desenho os sentimentos
improvisos de giz nas calçadas.
Salvo_ conduto da memória.
_ sem casualidades.
Fatima