Os os
E no desvario meu,
Na ânsia de ser muitos,
Na vontade de ser plural,
De ter-me com o S,
Eu me perco, eu me acho.
Sim, sou poeta
E escrevo.
E isto faz de mim o alienado,
Noutra visão.
Não sou o músico do pai,
Não sou a ousadia em pessoa como queria a mãe.
Sou é poeta.
Não temo, quero extremos,
Quero a dor, a boa dor da poesia.
Quero descrer.
Descrer é necessário. E acredite.
Eu morri, morri, e morri
Incontáveis vezes.
Porém permaneci vivo.
Vivo, ainda mais.
E âmago adentro, tudo se desdobra,
Em ruas e becos.
Tudo é uma extensa cidadela.
Minha alma está lá.
E os Caminhos são os mesmos
E percorro-os todos os dias.
Sim, sou é Poeta.
Não temo, sou é Poeta.
Sou Poeta e sou muitos.
Sou Poeta e sou Plural.