Os os

E no desvario meu,

Na ânsia de ser muitos,

Na vontade de ser plural,

De ter-me com o S,

Eu me perco, eu me acho.

Sim, sou poeta

E escrevo.

E isto faz de mim o alienado,

Noutra visão.

Não sou o músico do pai,

Não sou a ousadia em pessoa como queria a mãe.

Sou é poeta.

Não temo, quero extremos,

Quero a dor, a boa dor da poesia.

Quero descrer.

Descrer é necessário. E acredite.

Eu morri, morri, e morri

Incontáveis vezes.

Porém permaneci vivo.

Vivo, ainda mais.

E âmago adentro, tudo se desdobra,

Em ruas e becos.

Tudo é uma extensa cidadela.

Minha alma está lá.

E os Caminhos são os mesmos

E percorro-os todos os dias.

Sim, sou é Poeta.

Não temo, sou é Poeta.

Sou Poeta e sou muitos.

Sou Poeta e sou Plural.

Luiz Brener
Enviado por Luiz Brener em 07/04/2010
Código do texto: T2183586
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