Corvo
Poesia jorra um líquido viscoso
relíquia inócua e infecunda
anti-matéria do gozo,
estanque furúnculo-bunda...
Eva grita e foge para o céu!
Vai gozar com as irmãs de Caim,
beber o sangue escuro de Abel,
misturado à ervas aromáticas, suor e aipim.
Ventos estanques do sul, sudeste azul caem.
Elas não compreendem e a ele pedem mais,
ele quer fugir, observar o corvo a enterrar o outro:
aprender que o crime e o desterro nascem juntos.
Doce parábola nos jornais,
irmão mata irmão com doces haicais,
lutando corpo a corpo sem penetrar,
entranhas na escuridão do olhar...