Mares Frios

O vento frio atravessa a carne

Lembra-te que está vivo

A água salgada vai partindo-lhe os lábios de forma suave

Para todo o martírio não há abrigo

As trutas estão dependuradas estripadas

O odor e nauseante

Mas o trabalho é esse não há tempo, e o sangue vai pintando as cartas q não foram enviadas

Escalamos e descemos as ondas de maneira alucinante

Nem sei como estarei até chegar a um próximo porto

E eu tiro do bolso tua foto molhada

E desejo teu calor, mas como posso planejar algo tão distante, até posso já estar morto

E as redes tragam do mar uma nova fornada

O tempo é curto, o ritmo é intenso, é louco

Mas às vezes alguns marinheiros se pegam abobados olhado suas tatuagens como os nomes de suas amadas.

06/04/2010.