João e Maria
João olhava Maria como quem olha para a lua,
buscando o inatingível.
Ela era para ele suave quimera,
tanto que num simples sopro de sonho
se esvanecia.
Ah! Ele a olhava...
E olhava como quem olha para o mar,
na vontade de se jogar,
e se perder...
tanto que se perdeu.
Perdeu-se num olhar distante,
que não o olhava,
olhava pro longe,
olhava pra lua,
olhava pro mar,
olhar que se perdeu na lua,
se perdeu no mar.
Feito Ismália.
Hoje João olha pro chão,
pois entre o mar e o céu
Deus fez pouca diferença,
Difícil achar o que se perde.
No chão não,
no chão o que cai vira flor.
Aparece rebonito.