SOLITÁRIO VIOLINO

diluindo- me em cordas

dedos nas escalas sem escadas

tentando uma abertura nos poros

uma troca de copos

um istmo, que fosse mesmo algum trilho

sensíveis aos ouvidos

oscilando entre a gravidade e o riso

um precipitar-me para dentro

subsolo dos afetos

ampliando acessos

sem de mim tirar o que me falta

pendurado nos cabides da alma

comendo nos pratos do silêncio

enquanto o quarto dorme ...

por quanto tempo roerei

meus nós ?

por quanto tempo me aguardarei

no solo deste triste violino

e a chave que nada abre ?

difícil compor o verso

a sonata sozinha

lembrando da hora marcada

ponteiros da vida disparados ...

enquanto a solidão mora lenta e mansa...

em pleno sono sem qualquer sonho

nos passos guardados

dos gritos sufocados.

17/08/06

Maria Thereza Neves
Enviado por Maria Thereza Neves em 16/08/2006
Código do texto: T218148