SOLITÁRIO VIOLINO
diluindo- me em cordas
dedos nas escalas sem escadas
tentando uma abertura nos poros
uma troca de copos
um istmo, que fosse mesmo algum trilho
sensíveis aos ouvidos
oscilando entre a gravidade e o riso
um precipitar-me para dentro
subsolo dos afetos
ampliando acessos
sem de mim tirar o que me falta
pendurado nos cabides da alma
comendo nos pratos do silêncio
enquanto o quarto dorme ...
por quanto tempo roerei
meus nós ?
por quanto tempo me aguardarei
no solo deste triste violino
e a chave que nada abre ?
difícil compor o verso
a sonata sozinha
lembrando da hora marcada
ponteiros da vida disparados ...
enquanto a solidão mora lenta e mansa...
em pleno sono sem qualquer sonho
nos passos guardados
dos gritos sufocados.
17/08/06