DA VARANDA DA ROCHA

Eu sei que aí ‘stás, meu mar

Apesar de eu não te ver.

Sinto o relento da noite

E o aroma do refecer.

Tantas luzinhas ao longe

Das traineiras acordadas,

Como as estrelas do céu,

Brilham puras, sossegadas.

A demarcar o Arade

Os três faróis que embelezam.

Ora o verde, ora o vermelho,

Ora o prata se revezam.

E do meu ponto de mira

Segue a faina noite fora.

Há quantos anos me intriga

A hora a que vão embora!

E meu mar perde as estrelas,

Mas no céu ainda brilham.

Sei que aí continuas.

Teus feitiços maravilham!

Praia da Rocha, 30.07.06

Maria da Fonseca
Enviado por Maria da Fonseca em 16/08/2006
Código do texto: T218140