DOS CÂNTICOS... DE SAFO... DE PROFUNDIS CLAMAVI AD TE, VALÉRIA...

DOS CÂNTICOS... DE SAFO... DE PROFUNDIS CLAMAVI AD TE, VALÉRIA ...

À bela

VALÉRIA SESSA,

minha guirlanda de flores.

Vou coroá-la!

Às quatro da manhã,

eu vi,

em sonhos,

o corpo deitado do meu amado,

vi-o eu nesta quase-manhã-madrugada,

na planície do distante quarto mês,

um lírio aberto!

A Lua a leste,

a oeste as Plêiades,

o meu amado

ao meio.

Agora

meus olhos contemplam

meu amado,

que está preso

nesta página luminosa,

no branco do branco

e

no preto do preto.

Nesta luminosa manhã,

o meu amado desceu

ao seu jardim,

aos canteiros perfumados,

para colher lírios...

Vejo-o em sonhos,

e neles,

eu sou do meu amado

e ele é meu.

O meu amado apascenta rebanho entre lírios...

Ele é belo

como um lírio!

Afasta de mim os seus olhos,

pois eles me fascinam.

PROF. DR. SÍLVIO MEDEIROS

Campinas, é inverno de 2006.