OLHOS BORGEANOS

Miro teus olhos

Teu brilho intenso e a profunda verdade que professam.

Há em teu olhar um universo que assusta e seduz

Lembro-me d’O Aleph, de Borges.

Vejo os meus próprios olhos em teus olhos

E em meus olhos estão os teus olhos

E nestes um palácio de espelhos

Onde circulam seres e partículas etéreas

Que se chocam em seus reflexos.

Temo tropeçar na projeção de meus sentidos

E ser lançado num mergulho abissal em meu próprio ser

Temo desvelar-me

E revelar-te o sentido de minhas mais secretas palavras

Que ingenuamente creio-as incompreendidas.

Temo embriagar-me com o absinto

E não poder ou não mais querer

Retornar ao castelo de vidro onde me escondo de ti.

Valmelo Peresia
Enviado por Valmelo Peresia em 05/04/2010
Reeditado em 08/05/2010
Código do texto: T2179549
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