TIMONEIRA DO TEMPO
Abrolham em mim
Os espinhos dos penhascos,
As nascentes dos riachos,
E tudo se faz dolente
Ao morrer o sol.
Não há estrelas no firmamento.
Sem magia, sem fantasia,
Sou a timoneira do meu tempo.
A noite é fria e a vida vazia.
Velejo no dorso do vento.
Ancoradouro, já não existe.
Perdeu-se na ribanceira.
À deriva meu barco flutua.
Na pele o chicote da noite
Sob a solidão e o clarão da lua.