TIMONEIRA DO TEMPO

Abrolham em mim

Os espinhos dos penhascos,

As nascentes dos riachos,

E tudo se faz dolente

Ao morrer o sol.

Não há estrelas no firmamento.

Sem magia, sem fantasia,

Sou a timoneira do meu tempo.

A noite é fria e a vida vazia.

Velejo no dorso do vento.

Ancoradouro, já não existe.

Perdeu-se na ribanceira.

À deriva meu barco flutua.

Na pele o chicote da noite

Sob a solidão e o clarão da lua.

Genaura Tormin
Enviado por Genaura Tormin em 05/04/2010
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