DONA DE POESIA
Antes de vir para cá
Estava compondo o poema da vida
Com vassoura e rodo na mão
Balde com água e sabão
Molhando e apagando o pó do chão
Tinha um pensamento só
Exclusivamente voltado para a rima
Enquanto em cima da pia, a louça
Que não era tão pouca
Ia me observando e me deixando louca
Estava com um tanto de pressa, já
Para ver a obra acabada, enfim
Mas ainda tinha coisas a fazer
Costurar, lavar, passar e cozer
E outras, que não deixei para trás
Antes que pudesse escrever
Agora que estou aqui
Posso começar meu trabalho árduo
Todos os dias tenho essa labuta
Com as palavras e os versos travo uma disputa
Ser dona de poesia é uma luta!
O serviço nunca fica acabado!