DONA DE POESIA

Antes de vir para cá

Estava compondo o poema da vida

Com vassoura e rodo na mão

Balde com água e sabão

Molhando e apagando o pó do chão

Tinha um pensamento só

Exclusivamente voltado para a rima

Enquanto em cima da pia, a louça

Que não era tão pouca

Ia me observando e me deixando louca

Estava com um tanto de pressa, já

Para ver a obra acabada, enfim

Mas ainda tinha coisas a fazer

Costurar, lavar, passar e cozer

E outras, que não deixei para trás

Antes que pudesse escrever

Agora que estou aqui

Posso começar meu trabalho árduo

Todos os dias tenho essa labuta

Com as palavras e os versos travo uma disputa

Ser dona de poesia é uma luta!

O serviço nunca fica acabado!

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 05/04/2010
Código do texto: T2177762