DUAS ALMAS
Meus olhos estão cansados de chorar.
Os teus lábios com preguiça de rezar.
Meus ouvidos tapados para não escutar.
O teu coração flagelado de tanto amar.
Em tua alma, hoje morada da solidão,
meus pensamentos tristes vem e vão.
Teu peito guarda e resguarda o coração.
O meu tempo deixa correr a emoção.
Teus cabelos embranqueceram com certeza.
Os meus sonhos desabaram, é só tristeza.
De ti desapareceu para sempre a fortaleza.
De mim, junto da vida, foi-se a beleza.
Assim duas criaturas choram amargamente.
Há dores encontradas frequentemente
Nos caminhos pedregosos, que ultimamente
Cheio de tropeços, esperam do que vem a frente.
DIONÉA FRAGOSO