Beija-beija
Beija–beija ó beija flor.
Teu ninho um canudinho de algodão.
Teu alimento o sabor do mel das flores.
A vibração de tuas asas
segura o teu corpo inerte nos ares.
O teu biquinho é como uma agulha
que penetra de mansinho em cada flor
alimentando-te, dando-te vida.
Suga o teu sustento.
A natureza e as flores
bendizem-te e adoram.
Tuas penas brilham
com o verde que seduz.
A perfeição da delicadeza,
quem diria, tão lindo...
Alguém te fez assim:
para sacudir minha emoção
em momento tão passageiro.
Tão rápido,
Um ponto final em cada flor.
Aparece e desaparece
num fechar e abrir dos meus olhos.
Relíquia do símbolo
da ausência e da presença.
Tua velocidade me embriaga.
Não sei da onde vieste
nem para onde voaste.
Beija–beija ó beija flor.