Borborema
Perco-me na distância de teu olhar,
Como uma paisagem de Borborema,
Com quilometros difíceis de calcular,
Tão distantes de qualquer teorema...
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São como lagos negros e fundos,
E em sua profundeza, sei que posso me afogar,
Mas são eles que fecham o teu mundo,
Mesmo sem nada a lhes cercar...
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São solitários no cume que lhe silencia,
Buscando na parede, alguns quadros em vão,
De borboremas entre cadeiras vazias,
Mesmo que perdida entre a multidão...
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Pois no auge de sua solidão, tu segues...
Mas segues em caminhos sem direção,
E eles estão entre as paredes que tu ergues,
Fechando-te cada vez mais na escuridão...
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E solitário, o teu coração que pede socorro,
Com suas lágrimas por vezes reprimidas...
Então te digo, que por você mil vezes eu morro,
Pois para você, são mais de mil as minhas vidas...
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Mas teus olhos...Os teus olhos são distantes,
Tão distantes de tudo que eu conheço...
Mas brilham mais que a qualquer semblante,
Trazendo para o fim, um verdadeiro começo...
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Pois eu reconheço-me em teu suspiro,
Em quando calas, sei o que desejas falar...
E entre estas coisas, é a que eu mais admiro,
Pois mesmo distante nunca deixei de te amar...
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Embora somos de um mundo tão pequeno,
Sei que entre as estrelas, tu somes na imensidão,
Pois somos presos a este espaço terreno,
Mas tu és livre, vagando por tua solidão...