PORTÃO VERDE
Vivida, vívida! muito proparoxítona
Dona de casa, dona de tudo,
dona do próprio sorriso.
dona da casa, das suas crianças
e de um aperto de mão.
Cantante em seu jeito de falar
de estar de acordo com o que se combina
de combinar e se meter
de dizer “você pode fazer assim”.
De ler mal o que se pensa,
do querer estar, dentro e fora...
Arritmia paradoxal...
Vívida, vivida!
Jeito de dizer com o corpo
que é baiana e que
não devia, mas casou cedo
que não devia casar cedo demais
Sequer ter nascido!
vivido anos sem minha tara, cara
rosto, pele, gosto,
ferve como o oposto assim,
oposto a mim...
Vívida maneira de ver, minha
de submeter vários anos de vida
ao prazer, de quatro
por quatro casas, casais...
Nos quais se participa
e se penetra sem ser percebido...
Dona da sua mesma forma de ser
de mesmo nome da garota
huna, visigoda, bárbara!
De jeito igualmente forte
e que me faz vibrar os olhos
só de ver tanta brasilidade...
Vívida, vivida, pela cabeça
que faz com que eu esqueça
o resto de seu corpo,
que agarrado ao seu rosto
é a calda do cometa...
Avental, flor no cabelo invisível.
terrível forma de me tratar
como se não me conquistasse
como se eu devesse esperar
por uma ou’tra parte do mundo
segundo, afinal etcétera e tal.