PORTÃO VERDE

Vivida, vívida! muito proparoxítona

Dona de casa, dona de tudo,

dona do próprio sorriso.

dona da casa, das suas crianças

e de um aperto de mão.

Cantante em seu jeito de falar

de estar de acordo com o que se combina

de combinar e se meter

de dizer “você pode fazer assim”.

De ler mal o que se pensa,

do querer estar, dentro e fora...

Arritmia paradoxal...

Vívida, vivida!

Jeito de dizer com o corpo

que é baiana e que

não devia, mas casou cedo

que não devia casar cedo demais

Sequer ter nascido!

vivido anos sem minha tara, cara

rosto, pele, gosto,

ferve como o oposto assim,

oposto a mim...

Vívida maneira de ver, minha

de submeter vários anos de vida

ao prazer, de quatro

por quatro casas, casais...

Nos quais se participa

e se penetra sem ser percebido...

Dona da sua mesma forma de ser

de mesmo nome da garota

huna, visigoda, bárbara!

De jeito igualmente forte

e que me faz vibrar os olhos

só de ver tanta brasilidade...

Vívida, vivida, pela cabeça

que faz com que eu esqueça

o resto de seu corpo,

que agarrado ao seu rosto

é a calda do cometa...

Avental, flor no cabelo invisível.

terrível forma de me tratar

como se não me conquistasse

como se eu devesse esperar

por uma ou’tra parte do mundo

segundo, afinal etcétera e tal.

Andrié Silva
Enviado por Andrié Silva em 03/04/2010
Código do texto: T2174811