Serenateando...

A noite veio ávida, deitou-se no peito

O grito do silêncio veio sem preceito

E uma dor sem nome me invadiu o espaço

Como gritando a lua pelo meu compasso

O som que me entrava era som sem nome

Cortava minha entranha, matava minha fome

E da janela ouvia voz tênue, precisa

E me tocava a pele como se fosse uma brisa

E todas as palavras se formaram poucas

E todos pensamentos se formaram instantes

E toda sensatez se tornaram loucas

E o som da tua voz se inventou constante

E da janela eu via sua tez de anjo

Me pronunciando com ardente amor

Nos lábios proferia palavras de encantos

Nas mãos me dedicava tão perfeita flor

No quarto os corpos serenateavam

E beijos calaram todas as palavras tolas

E raios da forasteira lua nos corpos bailavam

E o corpo se vestia de rosas e papoulas...

Marcia G
Enviado por Marcia G em 02/04/2010
Código do texto: T2174013
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