Serenateando...
A noite veio ávida, deitou-se no peito
O grito do silêncio veio sem preceito
E uma dor sem nome me invadiu o espaço
Como gritando a lua pelo meu compasso
O som que me entrava era som sem nome
Cortava minha entranha, matava minha fome
E da janela ouvia voz tênue, precisa
E me tocava a pele como se fosse uma brisa
E todas as palavras se formaram poucas
E todos pensamentos se formaram instantes
E toda sensatez se tornaram loucas
E o som da tua voz se inventou constante
E da janela eu via sua tez de anjo
Me pronunciando com ardente amor
Nos lábios proferia palavras de encantos
Nas mãos me dedicava tão perfeita flor
No quarto os corpos serenateavam
E beijos calaram todas as palavras tolas
E raios da forasteira lua nos corpos bailavam
E o corpo se vestia de rosas e papoulas...