MOMENTÂNEOS

Eu passo pela estrada, apressado
nem ao lado, ouso olhar
a vida me acompanha esbaforida
eu fujo e ela tenta me alcançar
não quero ter atrasos momentâneos
passeio pelas horas e avenidas
procuro algo no futuro sem ousar
mas desconheço o que conheço
desconsidero o meu compasso
e o meu destino desatento
evito estes atrasos momentâneos
eu dou um passo em falso
a gravidade é meu cadafalso
conheço o solo duro e frio
odeio esta atraso momentâneo
ergo a vontade mas o corpo não vai
meu pés antes ligeiros estão pesados
odeio este atraso momentâneo
eu grito o meu ranço violento
mas minha voz é um canto lamacento
odeio esta atraso insistente
olho pro lado em busca de auxilio
meus olhos não enxergam o vizinho
não há sequer vizinhos, nem meus olhos
meu peito bate forte apavorado
mas não há coração nele guardado
eu choro em minha alma torturado
relembro meu escasso passado
odeio minha vida momentânea

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 02/04/2010
Código do texto: T2173935
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