Aurora
A alva sobe tenra, vai o horizonte matizando
Suavemente de cores luminosas,
O Sol vem aos poucos, vago, se anunciando.
A alvura espalha-se em escalas ruidosas,
Pelas regiões etéreas e vai afugentando
Célere as sombras da noite agonizante.
Matiza-se a cor cerúlea rosa,
Os belos raios solares cor áurea
Aos poucos se derramam no firmamento,
Até que o astro rei, num momento impar,
Mostra a brilhante face, escondida outrora,
O céu esta sorrindo, esta é a aurora
Que cintila o espaço mui docemente
Lambendo as folhagens das plantas incessantemente,
Os pássaros despertam reanimados
Pelo espetáculo inebriante e entalados,
Graciosos, em seus ninhos empreendem lindos gorjeios,
Irrequietos, arriscam-se, saem a passeios,
Arregalam-se, como nós, de incontida alegria.
É a vida...É o começar de um novo dia...
Cá comigo uma meditação, um desejo tolo, esperança vã,
Preces ao léu do intimo contagiado suplicando eternidade num afã,
Pena de um dia ter que deixar esse paraíso sem igual,
Já que os olhos tapo a toda interferência desumana,
Medo do nada, do breu do final total da minha energia vital,
Do cessar das auroras sucessivas – noite eterna -,
Desespero pela minha descrença e impotência humana!