FEBRE
Sai bem castigado da última guerra de amor,
fui curar as feridas no fundo do poço.
fundo, fundo mesmo. Diria, um poço sem fundo.
onde desapareci e fui encravar no fim do mundo.
Me cobri com o manto invisível da indiferença,
Em minha tez lacônica meu rosto se tornou duro,
acariciado pelo frio da madrugada que castigava,
minha maltratada alma num penhasco escuro.
Buscando anestesia pela dor do pior dos males.
a solidão dava suas chibatadas mas eu não gritava,
Oh! quanta dor tem no incurável mal de amor,
de onde emanava ódio, por quem não me amava.
Que de lá fosse sair me pareceu inverossímil,
Enterrado junto ao eco criptônico das rochas,
Onde a alegria jamais volveu seus olhos festivos.
perto, muito perto do reino cruel das tochas.
Mas apegado a vida imitei a natureza que sofre,
cicatrizei as mazelas e as enterrei sob duro calcário
natureza. A cada desafio afundas mas volta a tona.
Me faço seu discípulo e encerro esse meu calvário.