Anoitece

Finda o dia e renasce a noite.

No céu negro brilha, resplandece.

No etéreo espaço a lua...

O dia morre, anoitece.

O dia se vai como se vão os planos

Na pálpebra sequiosa que umedece.

Como o tímido orvalhar nos campos

O dia morre, anoitece.

Nos floridos pastos a ave canta

E seu canto no infinito desaparece.

No bosque longínquo sangrando

O dia morre, anoitece.

Estrelado céu, campos floridos.

Sereno, suave como prece.

Vênus surge no infinito

O dia morre, anoitece.

E na agonizante passagem no desfecho

Na penumbra obscura que desfalece

No último suspiro veemente

O dia triste morre, anoitece.

*Este poema está no meu livro À MARGEM DO IMPOSSÍVEL

Leon Cardoso
Enviado por Leon Cardoso em 31/03/2010
Reeditado em 31/03/2010
Código do texto: T2169957
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