A Caminho do Sonho...
Gosto de sonhar
Que chego em casa, cansado,
Oprimido pelas coisas de todo-dia,
E que, então, uma mão
Pousa nos meus ombros
E que essa mão tem um nome
Que, docemente, me convida ao descanso.
Gosto de sonhar com isso...
Gosto de sonhar
Que, batido, de tristeza, mágoa
Ou das agruras da emoção vivente,
Busco o ombro de alguém,
Conto-lhe as minhas fraquezas,
(Talvez peça perdão...)
As minhas incertezas, as minhas angústias,
E que recebo o consolo
Da solidária presença desse alguém
Na aflição dessas horas.
Gosto de sonhar com isso...
Gosto de sonhar
Que após descaminhos e muitos atalhos,
Não me perco no caminho de volta
E vislumbro ainda uma estrada a palmilhar
Passo a passo, com alguém.
Gosto de sonhar com isso...
Se, entretanto, muitas vezes,
A ilusão de já ser real
A musa que vive na névoa deste poema-sonho,
Se desfaz entre a cinzenta realidade,
Renasce-me sempre e depois a esperança
De que ainda a encontre
Entre esses rostos anônimos
Que por mim perpassam,
Enquanto sigo
A caminho do meu sonho!...
Antonio Maria/ São Luís do Maranhão, 25/06/2001