A dois

Um doce perfume,

Ferve

As idéias em desalinho,

Lençóis ao chão

Me enleve...

Bocas sedentas, gotas de vinho.

Tu começas, eu termino,

Intrínsecos, intumescidos

Minha poesia, teu lirismo

Línguas, mãos... esquecidos

Ferve, amor escarlate

Embebida em teu suor

No ouvido, cada jura sussurrada

Invade

A palavra respirada,

Arrepios, dois em nó.

Assim passam

A pele, a ampulheta,

Os minutos descontínuos.

Tudo inexiste, somos um

Sôfregos, sedentos, mínimos,

Desejos, os mesmos de momento algum.