Poema Tântrico ou sensi-bilical

do sol a ânsia

diluída em azul,

do céu a sede

molhada da terra,

de ti o olhar enigma

brilhando estrelas,

da lua a mágica

que sabe o som

da voz ausente,

de ti

a sensação perene

de um toque

a beira sonho,

de nós fica a

magia nos dedos,

o olhar vigoroso,

sede e fome de

saciar essa sede:

flores a brotar do peito,

sorrisos plantados

à beira do caminho:

de nós todo

o gesto na forma

una de sermos

permanentes:

oco grito lançado

às feras do íntimo,

feto em crescendo

de ebulição: olhar

e maré de fogo.

© Clivânia Teixeira e Daniel Veiga