AMOR, COVARDE AMOR

De que valeu o amor, o sacrifício, a dor.

De que valeu o crepúsculo, o amanhecer.

De que valeu o revoar das aves, a dança

das árvores, a brisa, o vento, a luz do

luar à beira mar.

De que valeu o passaredo, suas cores e

cantos. De que valeu a saudade, a música

suave testemunha daquele amor. De que

valeu a alegria, o sorriso de chegada, a lágrima

no rosto, no peito. De que valeu o desgosto o

sentimento exposto. De que valeu o amor

sinônimo de dor, apenas em mim, só em mim.

De que valeu o amor que um dia senti. De que

te valeu fugir, pra si mesma mentir. De que

te vale esse amor, teu novo e sofismável amor.

De que te vale esse sexo, destemperado, sem

nexo, diferente de mim. De que te vale essa

paz, suposta paz que te enganas e distrai.

De que te vale essa vida, medíocre, insípida

vida. De que valeu enfim o amor em mim, se

és assim, sofisma de lealdade, vazia, vadia,

covarde...Ai de mim, ai de mim! Por ter um dia

amado assim.

Percílio de Aquino
Enviado por Percílio de Aquino em 30/03/2010
Reeditado em 03/05/2010
Código do texto: T2167470
Classificação de conteúdo: seguro