AMOR, COVARDE AMOR
De que valeu o amor, o sacrifício, a dor.
De que valeu o crepúsculo, o amanhecer.
De que valeu o revoar das aves, a dança
das árvores, a brisa, o vento, a luz do
luar à beira mar.
De que valeu o passaredo, suas cores e
cantos. De que valeu a saudade, a música
suave testemunha daquele amor. De que
valeu a alegria, o sorriso de chegada, a lágrima
no rosto, no peito. De que valeu o desgosto o
sentimento exposto. De que valeu o amor
sinônimo de dor, apenas em mim, só em mim.
De que valeu o amor que um dia senti. De que
te valeu fugir, pra si mesma mentir. De que
te vale esse amor, teu novo e sofismável amor.
De que te vale esse sexo, destemperado, sem
nexo, diferente de mim. De que te vale essa
paz, suposta paz que te enganas e distrai.
De que te vale essa vida, medíocre, insípida
vida. De que valeu enfim o amor em mim, se
és assim, sofisma de lealdade, vazia, vadia,
covarde...Ai de mim, ai de mim! Por ter um dia
amado assim.