Aguarda-me...

Aguarda-me, na curvatura do rio, o Caronte.

Disse-vos que não morro nem pago a moeda...

Orfeu desceu o inferno de Hades em sua arreda.

Eu nado,se possível for, o próprio Aqueronte.

Nem a barca do inferno será minhas rédeas.

Eu sou o velho moço com a espada na mão...

Correndo os campos verdosos das eqüídeas,

Em quase vôos alçados como os pássaros ao chão.

E é pela guerra e pelo amor que na morte eu luto.

E de luto retorno nas noites em que a escuridão

De serena me faz te lembrar como o meu galardão...

E sou o lutador escarlate que escorre em gotejo.

Sou a quimera dos sonhos dos inimigos...

O amante da vida à deriva do desejo.

Washington Machado
Enviado por Washington Machado em 29/03/2010
Código do texto: T2165361
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