PERFUME INEBRIANTE...
Um botão de rosa na tarde fria
Estava no abandono e sofria.
Queria seu perfume exalar;
E a sua essência em flor mostrar.
Esperou vários dias para desabrochar
Desde quando era uma sementinha.
Agora que o sonho iria realizar.
Chorou e reclamou da sorte sozinha.
Até que alguém se aproximou do canteiro
Tocou a rosa de leve e a acariciou.
Sentiu o seu perfume inebriante... Que cheiro.
A rosa que era solitária sorriu;
Completa eclodiu radiante e o pólen perfumado
Seus galhos subiam rumo ao horizonte.
Um casal enamorado viu seu viço aveludado;
Enternecida foi beijada pelos amantes.
À noite foi um sonho
Foi colocada no aconchegante ninho.
E quente a rosa adormeceu sorrindo;
De manhã entre abraços foi se despreguiçando.
Estava ali a pura realidade
Sentia intensa felicidade.
Hortência Lopes