Madrugada
Outra noite sem dormir,
Outro pesadelo a assombrar.
Você esfrega os olhos e sorri:
Do pesadelo não consegue se lembrar...
Vire o travesseiro,
Procure o lado mais frio.
O lado em que deitaste primeiro
Já afundou no vazio.
Levante-se, tome um copo d'água.
Deite-se de novo, do lado oposto da cama;
Quem sabe assim não esquece a mágoa
E dorme o sono de quem não ama.
Se não puder adormecer,
Acenda a luz! É melhor esquecer.
Ligue a T.V., acenda um cigarro.
Escreva um poema, como este que narro.
Outra noite acordado,
Você já se habituou.
Esquece o que está errado
E dorme o sono de quem só amou.
William G. Sampaio [24/09/2008]