"Ai Jesu, castidade é cousa triste!..."
(Cancioneiro medieval)
Senhor, por me amardes tanto
o vosso olhar é cativo
do que vedes, por castigo
de me querer de pau santo...
Amado, meus olhos, vede,
são de fogo e mui espertos,
não penseis que por abertos
não possam morrer à sede.
Cavaleiro, vinde presto,
e trazei a espada em riste,
castidade é cousa triste,
salvai-me a honra e o resto!
A alma, se ma quiser,
por vós dou a Belzebu,
mas o corpo, ai Jesu!,
faz-me falta, que vos quer!
Quer-vos tanto, que almejo,
às carreiras entregar-vos
(mesmo que por meu agravo!)
o meu destino e cortejo...
(Cancioneiro medieval)
Senhor, por me amardes tanto
o vosso olhar é cativo
do que vedes, por castigo
de me querer de pau santo...
Amado, meus olhos, vede,
são de fogo e mui espertos,
não penseis que por abertos
não possam morrer à sede.
Cavaleiro, vinde presto,
e trazei a espada em riste,
castidade é cousa triste,
salvai-me a honra e o resto!
A alma, se ma quiser,
por vós dou a Belzebu,
mas o corpo, ai Jesu!,
faz-me falta, que vos quer!
Quer-vos tanto, que almejo,
às carreiras entregar-vos
(mesmo que por meu agravo!)
o meu destino e cortejo...