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POEMA 15
Pablo Neruda


Me gustas cuando callas porque estás como ausente,
y me oyes desde lejos, y mi voz no te toca.
Parece que los ojos se te hubieran volado
y parece que un beso te cerrara la boca.

Como todas las cosas están llenas de mi alma
emerges de las cosas, llena del alma mía.
Mariposa de sueño, te pareces a mi alma,
y te pareces a la palabra melancolía.

Me gustas cuando callas y estás como distante.
Y estás como quejándote, mariposa en arrullo.
Y me oyes desde lejos, y mi voz no te alcanza:
déjame que me calle con el silencio tuyo.

Déjame que te hable también con tu silencio
claro como una lámpara, simple como un anillo.
Eres como la noche, callada y constelada.
Tu silencio es de estrella, tan lejano y sencillo.

Me gustas cuando callas porque estás como ausente.
Distante y dolorosa como si hubieras muerto.
Una palabra entonces, una sonrisa bastan.
Y estoy alegre, alegre de que no sea cierto.
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Poema 15
Pablo Neruda
Tradução: J.B.Xavier

Adoro quando calas, pois pareces distante,
E me olhas de longe, e minha voz não te toca...
Teu olhar parece voar pelo firmamento,
E parece que um beijo te silencia a boca...

Como todas as coisas são plenas de minha alma
Surges delas, plena de alma minha em alegria,
Borboleta de sonhos, pareces com minha alma,
E te assemelhas à palavra melancolia.

Adoro quando calas, pois pareces distante,
Quieta e bela, como a borboleta em plenitude
E me olhas de longe, e minha voz não te alcança...
Deixa que eu me cale também, com tua quietude.

Deixa-me que te fale também com teu silêncio
Claro como a lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, silenciosa e constelada,
Teu silêncio é de estrelas, distante como o céu.

Adoro quando calas, pois pareces distante,
Distante, dolorosa e da morte muito perto,
Mas uma palavra, então, e um só sorriso bastam,
E me torno alegre de que não esteja certo!

* * *
JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 14/08/2006
Reeditado em 16/01/2011
Código do texto: T216356
Classificação de conteúdo: seguro