QUANDO EU MORRER...

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Seleta de Poemas

Seleta de Poemas representa as poesias que li e tocaram-me a alma. Assim, posso compartilhar com vocês as minhas preferências poéticas e homenagear os autores que admiro.

Quando Eu Morrer...

Quando eu morrer o mundo continuará o mesmo,

A doçura das tardes continuará a envolver as coisas todas.

Como as envolve agora neste instante.

O vento fresco dobrará as árvores esguias

E levantará as nuvens de poesia nas estradas...

Quando eu morrer as águas claras dos rios rolarão ainda,

Rolarão sempre, alvas de espuma

Quando eu morrer as estrelas não cessarão de acender-se

no lindo céu noturno,

E nos vergéis onde os pássaros cantam as frutas

continuarão a ser doces e boas.

Quando eu morrer os homens continuarão sempre os mesmos.

E hão de esquecer-se do meu caminho silencioso entre eles,

Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão

Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.

Quando eu morrer os prantos e as alegrias permanecerão.

Todas as ânsias e inquietudes do mundo não se modificarão.

Quando eu morrer a humanidade continuará a mesma.

Porque nada sou, nada conto e nada tenho.

Porque sou um grão de poeira perdido no infinito.

Sinto porém, agora, que o mundo sou eu mesmo

E que a sombra descerá por sobre o universo vazio de mim

Quando eu morrer...

Augusto Frederico Schmidt (1906-1965), poeta da segunda geração modernista, obcecado

com a ideia da morte, cujo sentimento escapa em muitos de seus poemas.

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Se você encontrar omissões e/ou erros (inclusive de português), relate-me.

Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 27/03/2010
Reeditado em 11/08/2013
Código do texto: T2162834
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