Rússia
As derradeiras, silvestres flores
resguardam o orvalho-lágrima,
a vituperada seiva de denso jardim.
Jardim sidéreo, etéreo e profético!
Estepes de aço e fumaça,
de sonho e visão!
Perpassadas pela flecha da História;
indelevelmente assinaladas com o sangue,
a fé e a vontade de um povo!
Amálgama de vilipêndio e edificação!
Entropia infinita e mesquinho agrilhoamento!
As torrentes de filosofia e desarvoramento,
ateísmo e religião, utopia e embriaguez
moldaram-te e precipitaram-te.
Abismos que os tempos enaltecem qual montanhas!
Ursa maior, rebento das planícies,
erigida em constelação!
Dormes antitética; conforme, em vigil, foste:
esterilidade e fecundação!